O ciclo de vida de argasídeos compreende: ovo embrionado e três estágios ativos (larva, dois ou mais instares ninfais e adultos). Para cada estágio imaturo, ocorre uma refeição, antes de cada ecdise (troca do exoesqueleto), porém, em algumas espécies, as ninfas podem mudar do primeiro para o segundo instar sem alimentação, ou ainda, pode haver dois repastos sanguíneos antes da muda. Os adultos, no entanto, alimentam-se múltiplas vezes, geralmente antes das cópulas e oviposições. Na maioria das espécies, ninfas e adultos alimentam-se rapidamente (cerca de 30 a 40 minutos) enquanto as larvas permanecem fixas ao hospedeiro de 7 a 10 dias.

O acasalamento se dá fora do hospedeiro, sendo que a fêmea ovipõe algumas centenas de ovos após cada repasto sanguíneo, em cada ciclo gonotrófico (ciclo completo de desenvolvimento ovárico da fêmea do carrapato). Trata-se de estratégia de sobrevivência, especialmente para as espécies nidícolas (os filhotes saem do ovo sem estar completamente desenvolvidos) que dependem da presença, nem sempre freqüente, de seus hospedeiros. Exceções ocorrem, por exemplo, nos gêneros Antricola e Otobius, que na fase adulta, possuem peças bucais não funcionais e, portanto, a fêmea ovipõe sem alimentação (autogenia obrigatória).

O ciclo biológico dos Ixodidae compreende ovo embrionado e três estágios ativos (larva, ninfa e adulto). Cada um dos estágios ativos faz um repasto sanguíneo antes de mudar para o estágio seguinte. Com a maioria dos carrapatos caindo no solo após cada alimentação. Alguns utilizam dois hospedeiros, abandonando o primeiro somente como ninfa ingurgitada (repleta de sangue). Outros se alimentam em um único hospedeiro, onde se realizam todas as mudas, caindo no solo somente para oviposição. O desprendimento ocorre a intervalos definidos (ritmos). Com exceção das poucas espécies partenogenéticas, a maioria dos carrapatos copula sobre o hospedeiro, já outros, copulam sobre e fora deste (algumas espécies de Ixodes). Após completar a alimentação, a fêmea se desprende do hospedeiro para iniciar a oviposição de milhares de ovos, no solo sob a vegetação, em buracos, cavernas, ou ainda, em ocos de árvores.

Principais espécies

Os principais gêneros da família Ixodidae, relacionados a vetores de agentes patogênicos são: AmblyommaDermacentorIxodes e Rhipicephalus. A distribuição geográfica do gênero Amblyomma é extensa, abrangendo todos os continentes (exceto Antártida). A variedade de hospedeiros é grande, compreendendo a maioria dos mamíferos, aves na fase imatura, anfíbios e répteis. Dermacentor é encontrado do sul do México até a Argentina e está relacionado à Febre OMSK (virose caracterizada por hemorragia e encefalite). Ixodes possui o maior número de espécies de carrapatos, algumas delas causam paralisia em decorrência de suas toxinas. Rhipicephalus, de origem africana tem pouco mais de 70 espécies conhecidas no mundo, e todas apresentam coloração castanha, escudo não ornamentado, rostro curto e base do capítulo hexagonal.

A família Argasidae ocorre principalmente em cavernas quentes e úmidas, habitadas por morcegos, do sul do México ao norte da América do Sul e compreende cinco gêneros: AntricolaArgasNothoaspisOrnothodoros e OtobiusAntricola. Quanto ao gênero Argas, todos os estágios ativos são hematófagos e a maioria das espécies está associada a aves. Espécimes conhecidos de N. reddelli, do gênero Nothoaspis foram encontrados em câmaras de cavernas habitadas por morcegos. No gênero Ornithodoros, praticamente todos os estágios ativos se alimentam, com exceção de algumas espécies em que o primeiro instar ninfal (fase de desenvolvimento) pode mudar para o segundo, sem alimentação, e outras em que larvas não alimentadas mudam para o primeiro instar ninfal. Os carrapatos adultos do gênero Otobios, semelhantemente aos Antricola, possuem peças bucais não funcionais, isto é, o hipostômio (armadura bucal) é vestigial e desprovido de dentículos, enquanto em ninfas e larvas é bem desenvolvido e denticulado.

Habitat dos Carrapatos

Os argasídeos habitam ambientes restritos durante sua vida. Seu habitat, a saber, galinheiros, pombais ou cabanas rústicas, estão intimamente associados ao do homem e dos animais domésticos. Ocorrem também em locais remotos, longe das habitações humanas, tais como solo solto, cascas de árvores, tocas de animais, cavernas e ninhos de aves silvestres e marinhas. Aqueles que habitam ninhos vivem em micro-habitats relativamente estáveis, alimentando-se e reproduzindo-se continuamente durante o ano. Em argasídeos e ixodídeos que habitam ninhos, o desenvolvimento pode ser adaptado sazonalmente, podendo uma geração levar um ano ou mais, em climas temperados.

Principais Doenças Causadas pelos Carrapatos

Babesiose

Das principais doenças transmitidas pelo aracnídeo existe a babesiose, uma doença com distribuição cosmopolita, podendo ser encontrada também no meio ambiente (como residências, canis, muros, batentes de portas, casca de árvores, etc). Os agentes etiológicos são hemoprotozoários do gênero Babesia. Após a picada de carrapato vetor, o período de incubação se completa entre 10 a 20 dias, quando ocorre febre, falta de apetite, depressão e lacrimejamento, podendo ocorrer icterícia. Posteriormente, aparece a anemia como sintoma, quando mais da metade dos glóbulos vermelhos está reduzida. A ocorrência de hemoglobinúria aparece nos quadros de acentuada gravidade. Áreas edemaciadas (inchadas) aparecem especialmente nas partes baixas do corpo, como membros, bolsa escrotal, vulva, baixo ventre e também na região encefálica. As fezes ficam ressecadas e com acentuada mucosidade de coloração amarelada. Pode sobrevir, após estes sinais, um quadro de acentuada caquexia e ocorrência de hemorragias do tipo petequial (sangramento interno) e equimoses (manchas roxas devido ao extravasamento sanguíneo) nas membranas mucosas da vagina e das narinas.

Os sintomas febris ocorrem nos cursos agudos da doença. Em casos crônicos, os sinais de febre são persistentes por várias semanas, podendo este quadro febril ser intermitente e variar de 39° a 42°C. As pulsações podem atingir 100 batimentos por minuto, com característico pulso da veia jugular. Após o quadro agudo, de um modo geral, sobrevêm um quadro sub-clinico. Nesses casos, a infecção persiste por toda a vida do animal e recrudescências (exacerbamento dos sintomas) ao quadro agudo podem acontecer após meses ou muitos anos de infecção. Os animais nativos, nascidos em áreas endêmicas podem sobreviver por toda a vida nestas áreas sem demonstrar sinais clínicos. A mortalidade é baixa em animais autóctones (originários da região) e de áreas endêmicas, e elevadas, podendo chegar a 100% entre animais de regiões indenes, quando introduzidos em áreas enzoóticas (regiões em que a doença ocorre de maneira estável e em períodos sucessivos).

Febre Maculosa

A Febre Maculosa cujo agente etiológico é o Rickettsia rickttsi, está intimamente relacionado com seus hospedeiros vertebrados. Os cães atuam como carreadores de carrapatos, transmitindo a doença dos animais selvagens para o homem. Os focos conhecidos estão relacionados com ambiente rural, vegetação rasteira ou arbustiva, lavouras rudimentares e presença constante de cães. A doença no homem pode ser aguda, febril e do tipo exantematosa ou com sintomas não aparentes, mimetizando o estado gripal. A ocorrência de lesões cutâneas deve-se a colonização do endotélio dos pequenos vasos pela Rickettsia rickttsi, formando trombos, hemorragias, infiltração cerebral, com quadro de vasculite necrosante. O período de incubação varia de 3 a 14 dias e o inicio é súbito, com febre, dor de cabeça, prostração, mialgias e confusão mental. A presença de exantema maculopapular pode ser observada a partir do 3° ou 4° dia, iniciando nas extremidades, punho, tornozelo, irradiando-se para tronco, pescoço e face. A doença evolui para a gravidade em 2 a 3 semanas, com aparecimento de necrose nas áreas de sufusões hemorrágicas, em decorrência da vasculite generalizada.

Borreliose

As espécies patogênicas infectam homem, mamíferos domésticos e silvestres, além de aves. As borrelias conhecidas, deteminam cinco grupos de enfermidades distintas: Febre Recurrente Humana, ocasionada pelo grupo da B. recurrentis, considerada uma das mais antigas doenças transmitidas pelos artrópodes; Borreliose aviária, determinada por uma única espécie, B. anserina, a qual causa processo anemiante febril, depressão e altas taxas de morbidade nas aves infectadas; Borreliose bovina, causada pela B. theireli, espécie cosmopolita podendo determinar anemia em ruminantes e eqüinos, sendo considerada pouco patogênica; Borreliose de Lyme, causada pelo grupo da B. burgdorferi lato sensu, na qual as características clínicas são variáveis de acordo com a região geográfica. Na América do Norte, há o predomínio de manifestações cutâneas e articulares; no Continente Europeu, predominam manifestações neurológicas; já na Ásia as sintomatologias são basicamente cutâneas e neurológicas; Aborto enzoótico bovino, enfermidade que comete bovinos e cervídeos, determinada pela B. coriaceae

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