Mosquito e pernilongo são termos gerais para se referir a diversos insetos da família Culicidae. As fêmeas em muitas regiões são designadas vulgarmente como melgas ou tropeteiros. Como os outros membros da ordem Diptera, os mosquitos têm um par de asas e um par de halteres, que são estruturas responsáveis pelo equilíbrio do inseto durante o vôo. Em geral, apresentam dimorfismo sexual acentuado: as fêmeas apresentam antenas pilosas e são muito mais corpulentas que os machos, que apresentam antenas plumosas.
As fêmeas na maioria das espécies de mosquitos são hematófagas, ou seja, sugam sangue de outros animais, o que lhes deu a fama de serem os mais mortíferos vetores de doenças conhecido pelo o homem. O comprimento varia, mas raramente é superior a 16 milímetros, e peso de até 2,5 mg. Um mosquito pode voar por 1 a 4 horas continuamente até 1–2 km / h , viajando até 10 km em uma noite. A maioria das espécies alimenta-se no período de menos luminosidade, do entardecer ou amanhecer.
O mosquito é composto por uma cabeça, tórax e abdome, o corpo é composto de uma série de segmentos. A cabeça é majoritariamente composta dos olhos e probóscide. Cada olho é constituído por muitas e minúsculas lentes que formam um olho composto. Este tipo de olho permite um grande campo de visão que facilita a detecção de movimentos. Entre os olhos surge um par de antenas filamentosas e segmentadas. As fêmeas têm antenas espirais de cabelos curtos (ou seja, antena pilosa), mas no sexo masculino, com poucas exceções em gêneros de nenhuma importância médica, as antenas têm muitos pêlos longos dando-lhes aparência plumosa.
Principais Doenças Causadas pelos Mosquitos/Pernilongo
Algumas spp de mosquitos são vetores de diversas doenças de importância médica ao homem, tais como:
– Maleita ou malária
– Dengue
– Filariose
– Leishmaniose
Maleita ou malária: um plasmódio que é transmitido por algumas espécies de Anopheles. A maioria desses insetos possui hábito noturno, ou seja, as fêmeas vão em busca do sangue nesse período, durante o dia ficam abrigados protegendo-se do excesso de luz e vento.
Algumas espécies de anofelinos são vetores de uma das mais temidas doenças, a Malária, esta é uma doença infecciosa, causada por um protozoário (o Plasmodium) e é transmitida de uma pessoa para outra, através da picada de um mosquito do gênero Anopheles, ou por transfusão de sangue infectado com plasmódios. Não existe vacina para a malária, e o ser humano pode contrair diversas vezes a doença.
O anofelino mais importante no Brasil é o Anopheles darlingi, por ser aqui o principal vetor da malária, isso se deve a sua grande domesticidade e preferência pelo sangue humano. Em regiões onde o Anopheles darlingi inexiste ou é raro, a transmissão da malária pode acontecer através do Anopheles aquasalis ou o Anopheles albitarsis.
Dengue
Causada por um vírus e transmitida por Aedes aegypti e por outras espécies de Aedes. Seu nome se deve ao fato de ter sido originalmente descrito do Egito, foi “distribuído” pelo homem através de embarcações, trens entre outras formas. No Brasil está sempre próximo ao domicílio humano, raramente em ambientes silvestres. Sua importância se dá ao fato de ser transmissor da Febre Amarela e Dengue. Para se procriar procura recipientes artificiais que se enchem de água de chuvas quando abandonados a céu aberto, esses recipientes podem ser caixas d’água, pneus, latas, vasos, piscinas e aquários abandonados etc., sendo que procuram por água limpa. Ovos desse mosquito quando colocado sob as paredes de recipientes podem resistir sem água por muitos meses, portanto quando cheios novamente pela água da chuva, por exemplo, tem-se um novo ciclo se formando.
Cada fêmea de Aedes aegypti produz de 70 a 150 ovos. Seu ciclo evolutivo dura de 11 a 18 dias, e o adulto chega a viver 154 dias. Em um mês a fêmea pode se alimentar 12 vezes (repastos sangüíneos), picando várias pessoas, isso é importante, pois quanto mais vezes e mais pessoas a fêmea picar, maior a chance de poder transmitir doenças.
Filariose
Causada por um verme que é transmitido principalmente por espécies de Culex, Conhecido como “pernilongo comum”, esse mosquito é o principal vetor da filariose humana, conhecida também como elefantíase . As filárias têm o corpo fino e alongado. Elas são transmitidas para o homem através da picada do Culex (quando este está infectado), nesse momento as larvas das filárias caem no sangue do homem que é o hospedeiro definitivo, onde irão se reproduzir. Os adultos desses parasitas ficam no sistema linfático e as suas larvas circulam por todo o corpo. Causam feridas e inflamações, chegando a causar hipertrofia no local da ferida.
A filariose é uma doença comum em países com clima quente e úmido como o Brasil, possui grande importância na África ,e foi uma doença prevalente no Brasil, mas hoje, encontra-se restrita a alguns focos persistentes no Pará, Pernambuco e Alagoas. Não são todas as espécies do gênero Culex que transmitem a doença, no Brasil destaca-se o Culex quinquefasciatus. Esse mosquito possui hábito noturno, o que quer dizer que costuma picar durante a noite (diferente do Aedes). É um inseto bem adaptado aos costumes humanos, procriando-se com facilidade em águas poluídas.
Leishmaniose
A leishmaniose é uma doença não contagiosa causada por parasitas que invadem e se reproduzem dentro das células que fazem parte do sistema imunológico da pessoa infectada. Esta doença pode se manifestar de duas formas: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.
A leishmaniose tegumentar ou cutânea é caracterizada por lesões na pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta (esta forma é conhecida como “ferida brava”). A visceral ou calazar é uma doença sistêmica, pois afeta vários órgãos, sendo que os mais acometidos são o fígado, baço e medula óssea. Sua evolução é longa podendo, em alguns casos, até ultrapassar o período de um ano.
Sua transmissão se dá através de mosquitos que se alimentam de sangue, e, que , dependendo da localidade, recebem nomes diferentes, tais como: mosquito palha, tatuquira, asa branca, cangalinha, asa dura, palhinha ou birigui. Por serem muito pequenos, estes mosquitos são capazes de atravessar mosquiteiros e telas.
Os sintomas variam de acordo com o tipo da leishmaniose. No caso da tegumentar, surge uma pequena elevação avermelhada na pele que vai aumentando até se tornar uma ferida que pode estar recoberta por crosta ou secreção purulenta. Há também a possibilidade de sua manifestação se dar através de lesões inflamatórias no nariz ou na boca. Na visceral, ocorre febre irregular, anemia, indisposição, palidez da pele e mucosas, perda de peso, inchaço abdominal devido ao aumento do fígado e do baço. Esta doença deve ser tratada através de medicamentos e receber acompanhamento médico, pois, se não for adequadamente tratada, pode levar a óbito.
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